terça-feira, 24 de maio de 2011

Consumidores migrarão do crédito mais caro para o consórcio, diz Abac .


SÃO PAULO – Os consórcios – que entre 2009 e 2010 cresceram 30,8% no total de negócios – devem ser ainda mais utilizados pelos brasileiros neste ano, em razão da elevação do preço do crédito. A afirmação é do diretor executivo da Abac (Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios), Paulo Rossi.
Desde dezembro de 2010, o governo, junto com o Banco Central, está adotando medidas para restringir o crescimento do crédito ao consumidor. “Essas medidas fizeram com que as taxas de algumas linhas de financiamento crescessem. Por isso, muitos brasileiros, ao invés de optar por financiar o produto, devem migrar para o consórcio”, afirma.

O executivo completa: “Diante desse cenário, quem não precisa do bem imediatamente deve, sim, utilizar o consórcio, uma opção inteligente que não apresenta juros”. Rossi diz ainda que as categorias que deverão ser mais procuradas por consumidores que não querem pagar as altas taxas de financiamento são as de veículos leves e motocicletas.
Classes sociais
O diretor atribui o crescimento na procura por consórcios às mudanças ocorridas nas classes C e D nos últimos anos, a segurança no emprego e a consolidação da renda.
“O consórcio não é usado apenas por pessoas de menos poder aquisitivo, mas motocicletas e eletroeletrônicos têm, sim, uma explícita participação maior das classes C e D”, garante. Rossi adianta ainda que, quando o assunto é poder aquisitivo e consórcios, um estudo realizado em parceria com a Quórum Brasil e que será lançado em março deste ano, trará uma novidade: “ele mostrará que os consumidores das classes C e D não estão consumindo apenas produtos de menor valor. No último ano, houve um aumento significativo de pessoas dessa classe adquirindo veículos por meio dos consórcios”, finaliza.

Mais de 50% dos participantes comprou moto; contratações para aquisição de carros subiram 30%

O volume de negócios gerado pelo sistema de consórcios no Brasil cresceu 30,8% em 2010 em relação ao ano anterior, para R$ 63,2 bilhões, divulgou a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac). No mesmo intervalo, as vendas de novas cotas de consórcios aumentaram 8,2%, atingindo recorde de 2,12 milhões de unidades.
Os automóveis somaram 1,81 milhões de contratos das novas cotas, uma alta de 9,7% na comparação com 2009. No total dos consórcios de veículos, o volume de negócios chegou a 3,93 milhões de unidades, um crescimento de 7,3% em relação ao ano anterior.
As motos foram responsáveis por mais da metade dos participantes de 2010, com 2,1 milhões de pessoas consorciadas, um aumento de 3,4%. As novas contratações subiram 1,7% no ano. O tíquete médio do ano foi de R$ 10.159.
A alta dos novos negócios de carros, camionetas e utilitários foi de 30%, e somaram 580,6 mil consórcios. Em número de participantes, o crescimento foi de 16,9%, com 1,13 milhão de pessoas. O tíquete médio do ano foi de R$ 39.635.
Os números da Abac consideram os segmentos de veículos automotores em geral (pesados, leves, motos), imóveis, eletroeletrônicos e serviços. Em dezembro, o número de participantes ativos no sistema somou 4,06 milhões de pessoas, expansão de 6,8% em relação a um ano antes.
Segundo Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Associação, estabilidade econômica, maior presença das classes sociais C e D e segurança no emprego impulsionaram o valor do tíquete médio de vários setores.

Saque do FGTS para consórcio de imóvel soma R$ 28,8 mi em quatro meses


SÃO PAULO – Os trabalhadores já sacaram R$ 28,8 milhões do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) para uso em operações de amortização e liquidação no consórcio imobiliário, o que só foi permitido a partir de março deste ano.
De acordo com dados publicados pela CEF (Caixa Econômica Federal) nesta segunda-feira (6), no caso de amortização e liquidação, foram 1.729 operações. O valor do saque médio por imóvel foi de cerca de R$ 16.645,62.
Já o uso para abatimento no valor da prestação foi mais tímido, com 34 operações realizadas no mesmo período, somando R$ 210 mil, com valor médio de R$ 6.282,40.
Regras
No dia 18 de março foram definidas as regras para trabalhadores titulares de conta no FGTS e cotistas de consórcio usarem o saldo da conta vinculada para amortizar, liquidar e pagar parte das prestações desses consórcios.
A novidade veio agregar três novas modalidades de saque a outros dois serviços disponíveis para o trabalhador que possui consórcio imobiliário: usar o saldo da conta vinculada para complementar a carta de crédito e ainda na composição de lance.
Na última sexta-feira (3), o Conselho Curador do FGTS realizou duas alterações nesta lei que autoriza o uso do fundo para quitação extraordinária do consórcio imobiliário.
Antes, quem havia financiado algum imóvel pelo SFH (Sistema Financeiro da Habitação), tendo quitado ou não, era impedido de usar o FGTS para pagar parte do saldo devedor de sua cota de consórcio. Pelas regras publicadas, o FGTS está liberado para o mutuário que já tiver seu financiamento pelo SFH quitado ou que tenha alienado ou transferido o imóvel.
A lei também impedia o uso do FGTS, caso o titular do consórcio possuísse um imóvel no mesmo município ou em cidades vizinhas de seu local de trabalho ou residência. A nova resolução permite o uso nestes casos, desde que o dono do imóvel comprove alienação ou transferência do referido imóvel.